Caros, estamos diante de um momento muito crítico do movimento de greve dos professores do Estado do Ceará em defesa da valorização da educação.
De um lado, temos um número expressivo de movimentos em todo o estado, cada vez mais criativos e cada vez mais conseguindo apoio do povo, que entende que recuar agora na luta é um erro que pode ter proporções inimagináveis.
Mas de outro, as pressões governistas, repercutindo nas regionais do interior e da capital, aliadas à desfinformação/ alienção por parte de nossa classe trabalhadora, vem criando um desserviço à luta pela dignidade, com professores voltando às suas escolas de cabeças fechadas,bocas mudas, silenciando os avanços que essa greve teve até então (mobilização nunca antes vista- a maior greve da educação da história de nosso estado; diálogo com os alunos e com a comunidade, e estes indo às ruas também para protestar e lutar pelo que é seu) e pode ter ainda (assinatura do Termo de Ajuste de Conduta com as garantias de propostas justas e que atendam Às reinvindicações dos professores e alunos). E o que é pior: professores/ educadores (?) que estão gestores aproveitando a divisão da categoria para manipular a situação e conseguir a volta da maioria de alunos/ professores.
Ouvi de uma gestora que o único prejudicado nesta greve são os alunos. Que o "enem está aí" e que os alunos do 3º ano estarão mortalmente prejudicados rumo aos seus objetivos. Fiquei calado pela educação, pois sou um educador e acredito que deva passar bons exemplos: mas não silenciado, pois depois contrapus a esse infeliz comentário com meus argumentos...que ela não quis ouvir e saiu. Pena que não tenha ouvido os mesmos alunos do 3 ano mostrarem que aprenderam a maior lição: educação de qualidade se faz a longo prazo- passar no ENEM é consequencia de uma vida de estudos.
E refleti sobre nosso momento. Que avança "impávido, retumbante, vendo que o filho teu não foge à luta" como no ato em estive no dia da independência em nossa capital cearense.
Se afinal, como professor de História, trabalho diariamente com meus alunos que as lutas sociais vem desde os tempos mais antigos, quando trabalhadores eram explorados e classes sociais/econômicas em disputa brigavam na dualidade exploração-resistência, aumentando a contradição do ser humano em coletivo. Se digo que os franceses pós-revolução aprenderam que ir às lutas sociais, ir às ruas, protestar e argumentar fazem parte da sobrevivência humana tanto quanto comer, beber e dormir (e que isso deve ser exemplo, e não exceção). Se faço tudo isso no dia a dia com meus estudantes, é porque acredito nisso. E crendo nisso eu não posso dar as costas para a minha categoria, para os pais de alunos e principalmente, para aqueles que em maior ou menor grau me tomam como exemplo.
Eu não posso ter uma postura de conformismo se ainda há muito pelo que lutar. Não posso ignorar que outros companheiros estão fazendo tanto quanto ou mais do que eu pela luta. Não posso ficar calado se tem alunos que mostram a cara e mostram que estão realmente convictos na justiça da luta pela educação pública e de qualidade.
A gestora me acusou de contradição, de descompromisso com a escola, com a educação, de falta de coerência. Acho que não. Acho que me faltaria coerência e compromisso com a educação, entraria em contradição se simplesmente desse de ombros e ignorasse tudo aquilo que prego e repito nas minhas aulas, no meu dia a dia. E disso não posso ser acusado.
Prof. Ridson de Araújo- zonal Maracanaú
De um lado, temos um número expressivo de movimentos em todo o estado, cada vez mais criativos e cada vez mais conseguindo apoio do povo, que entende que recuar agora na luta é um erro que pode ter proporções inimagináveis.
Mas de outro, as pressões governistas, repercutindo nas regionais do interior e da capital, aliadas à desfinformação/ alienção por parte de nossa classe trabalhadora, vem criando um desserviço à luta pela dignidade, com professores voltando às suas escolas de cabeças fechadas,bocas mudas, silenciando os avanços que essa greve teve até então (mobilização nunca antes vista- a maior greve da educação da história de nosso estado; diálogo com os alunos e com a comunidade, e estes indo às ruas também para protestar e lutar pelo que é seu) e pode ter ainda (assinatura do Termo de Ajuste de Conduta com as garantias de propostas justas e que atendam Às reinvindicações dos professores e alunos). E o que é pior: professores/ educadores (?) que estão gestores aproveitando a divisão da categoria para manipular a situação e conseguir a volta da maioria de alunos/ professores.
Ouvi de uma gestora que o único prejudicado nesta greve são os alunos. Que o "enem está aí" e que os alunos do 3º ano estarão mortalmente prejudicados rumo aos seus objetivos. Fiquei calado pela educação, pois sou um educador e acredito que deva passar bons exemplos: mas não silenciado, pois depois contrapus a esse infeliz comentário com meus argumentos...que ela não quis ouvir e saiu. Pena que não tenha ouvido os mesmos alunos do 3 ano mostrarem que aprenderam a maior lição: educação de qualidade se faz a longo prazo- passar no ENEM é consequencia de uma vida de estudos.
E refleti sobre nosso momento. Que avança "impávido, retumbante, vendo que o filho teu não foge à luta" como no ato em estive no dia da independência em nossa capital cearense.
Se afinal, como professor de História, trabalho diariamente com meus alunos que as lutas sociais vem desde os tempos mais antigos, quando trabalhadores eram explorados e classes sociais/econômicas em disputa brigavam na dualidade exploração-resistência, aumentando a contradição do ser humano em coletivo. Se digo que os franceses pós-revolução aprenderam que ir às lutas sociais, ir às ruas, protestar e argumentar fazem parte da sobrevivência humana tanto quanto comer, beber e dormir (e que isso deve ser exemplo, e não exceção). Se faço tudo isso no dia a dia com meus estudantes, é porque acredito nisso. E crendo nisso eu não posso dar as costas para a minha categoria, para os pais de alunos e principalmente, para aqueles que em maior ou menor grau me tomam como exemplo.
Eu não posso ter uma postura de conformismo se ainda há muito pelo que lutar. Não posso ignorar que outros companheiros estão fazendo tanto quanto ou mais do que eu pela luta. Não posso ficar calado se tem alunos que mostram a cara e mostram que estão realmente convictos na justiça da luta pela educação pública e de qualidade.
A gestora me acusou de contradição, de descompromisso com a escola, com a educação, de falta de coerência. Acho que não. Acho que me faltaria coerência e compromisso com a educação, entraria em contradição se simplesmente desse de ombros e ignorasse tudo aquilo que prego e repito nas minhas aulas, no meu dia a dia. E disso não posso ser acusado.
Prof. Ridson de Araújo- zonal Maracanaú
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota e adiar para outro século, a felicidade coletiva(Drummond).
ResponderExcluirImpressiona a artimanha usada para desmobilizar e deslegitimar uma luta mais que necessária. Os direitos de estudantes e professores não seria pauta de reivindicações se o estado cumprisse com suas obrigações. Os grevistas precisam resistir a injúria das condições a que estão expostos cotidianamente e permanecer na briga para a conquista de melhores condições para si e para seus estudantes.
Força a quem resiste!
Thiago Alex filósofo, Poeta e Pedagogo
eu fico é lisongeado de ver esse texto exposto. Um texto que nem tive o trabalho de revisar...qualquer coisa bota aí na conta da raiva...
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